O regresso depois do regresso


The Strokes
Comedown Machine
2013
RCA Records

7/10

Um dos regressos mais aguardados em 2013: Os The Strokes voltam com o quinto álbum. Comedown Machine junta músicas que sobraram do antecessor Angles e músicas novas, num alinhamento que nos deixa a pensar se dois anos não faziam a diferença no fim do hiato dos Strokes desde First Impressions of Earth, de 2006.

A capa despida e monocromática do álbum deixa adivinhar uma simplicidade ou até humildade no que toca à construção deste disco. E o que se ouve na primeira faixa, «Tap Out», são uns The Strokes fora da zona de conforto, que saíram da sombra dos primeiros álbuns e tomaram a liberdade de fazer novas experiências. O factor inovação é muito refrescante e o acto de experimentar traz consigo uma espécie de diversão inerente que se materializa na forma de faixas como «80s Comedown Machine», «Partners in crime» ou «Call it fate, call it karma».

O single de avanço, «One Way Trigger», que apanhou muitos fãs de surpresa, segue esta onda mais electrónica de synth pop muito presente no álbum como todo. Mas não se assustem, os nova iorquinos não se esqueceram dos mais saudosistas e deixam como presente «All the time» e «50/50», temas que reúnem as características de rock de garagem que tão familiarmente lhes atribuímos.

Comedown Machine é um álbum que quebra a monotonia e traz a mudança que os The Strokes precisavam. É um álbum de transição e de exploração de uma sonoridade diferente, que, apesar de ser uma lufada de ar fresco no trabalho da banda, ainda precisa de ser aperfeiçoada. São uns Strokes que ainda não soam inteiramente a Strokes. É um álbum que aguça a curiosidade face ao que virá depois. Comedown Machine é o regresso que Angles deveria ter sido.

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