Viajei com o Acaso Até Aqui #9

Chama-se Claire Boucher e é canadiana. Cresceu em Vancouver e estudou ballet durante 11 anos. Sete anos depois, mudou-se para Montréal. Foi aqui que começou a gravar alguma música experimental e electrónica, enquanto se formava, na Universidade McGill, em Literatura Russa e neurociência. No entretanto, aumentaram as suas actuações ao vivo e preocupações com a música, deixando lentamente os estudos para segundo plano, acabando por ser expulsa da instituição.

Em 2010, lançou o primeiro álbum Geidi Primes, em formato de cassete, seguido de Halfaxa, no mesmo ano, pela mesma chancela da Arbutus Records. Abriu os concertos da sueca Lykke Li durante a sua tournée pela América do Norte no ano seguinte. O trabalho de estreia tinha agora já formato de compact disc e de vinil pela No Pain in Pop Records e o terceiro disco, Visions (LP), acabaria por ser lançado no início de 2012. A Pitchfork Media considerou-o uma das melhores revelações do ano na categoria de ‘Nova Música’ e ela explica que o escreveu depois de nove dias em isolamento.  

Tem um som difícil de definir. Diz-se que soa a um filho alien entre Aphex Twin e ABBA ou a algo muito semelhante a Björk ou Enya. Ela ouve música medieval e industrial, mas também Cocteau Twins, Dandi Wind, Drake ou The Weeknd. A voz límpida de Grimes ouve-se no meio de sintetizadores e instrumentos de teclas. Os melhores exemplos estão em «Skin» ou em «Vanessa». Foi considerada pela imprensa mundial como uma das melhores de 2012.







Crítica a disco

ZZ Top
La Futura(2012)
American Recordings/Universal Republic

Quando se fala em blues rock é importante referir os ZZ Top, banda que já figura no Rock and Roll Hall of Fame e que justifica esse estatuto com o novo La Futura.
Solos e guitarradas fazem abanar o "capacete" dos mortais, afirmando-se este álbum como um exercício dançável e apetecível de cantar. O estado mais puro do rock da "velha escola" continua a cativar os novos, os velhos ou até os que acompanham o blues rock desde 69, quando a banda se estreou. É de louvar que continuem juntos, são verdadeiros "sobreviventes". James Harman é um dos convidados, toca harmónica e, claro, dá um ar mais bluesy, mais southern ao disco. Grande forma de acabar o ano de 2012, este novo trabalho dos ZZ Top.


Viajei com o Acaso Até Aqui #8


Há poucas coisas a dizer sobre ele, mas o The Guardian arranjou forma de o descrever assim. A publicação britânica desconfia que ele seja o novo Jeff Buckley, que tenha algo de Stereophonics ou que seja um James Blake, mas sem o dubstep. Não vem de um país extraordinário (diga-se improvável), antes chega de um dos lugares que mais faz nascer estrelas no meio deste mundo de sons. É um inglês de Londres e tem apenas o EP Songs From Another Love.
Há momentos no single de lançamento, «Another Love», em que Tom parece extraído de Empire of the Sun, no meio de uma música com um fundo orquestral. Está zangado com o amor e isso é demasiado evidente por isto: “Quero chorar e quero amar, mas as minhas lágrimas já foram usadas. E se alguém te magoar, eu quero lutar, mas as minhas mãos já foram partidas demasiadas vezes. Em vez disso, vou usar a minha voz e vou ser tão, mas tão rude. As palavras ganham sempre, e eu sei que vou perder".
Tem o piano como imagem de marca, anexo ao cabelo loiro e pele imaculada. É agora um músico da editora de Lilly Allen, que o escolheu logo que o ouvir actuar ao vivo num dia simples. Escreve músicas desde os 13 anos. Agora, aos 22 anos, é o primeiro músico masculino a vencer o prémio Brits Critics’ Choice, depois deste ter sido conquistado por Adele o, Jessie J, Emeli Sandé ou Florence and The Machine. “Sinto-me muito, muito honrado por ter vencido o prémio e, sinceramente, não consigo acreditar. Obrigada por todo o apoio”, escreveu Tom no seu blogue oficial. A BBC nomeou-o para Som de 2013.

Rubrica: E Parece o Longínquo tão Hoje! #4

#4 - Um cheirinho a infância


Hoje vim aqui recordar alguns êxitos que foram parte crucial da minha infância. Êxitos estes que, ao relembrar com umas passagens (que poderiam ter sido rápidas) pelo Youtube, me fizeram mergulhar novamente nesses tempos, e revivê-los como se tivessem sido escutados agora pela primeira vez. Seleccionei alguns temas que, a meu ver, ainda fazem rodar a anca e “soltar a franga” sempre que passa em qualquer momento.
Começando por um um Hit que marcou uma geração, e que toda a gente sabe de trás para a frente a sua coreografia, É o bicho, de Iran Costa. Aquela imagem do Iran a sobrevoar a nossa Lisboa, um Iran gigante a passear pela ponte sobre o Tejo, a mítica coreografia de “É o bicho, é o bicho, vou-te devorar, crocodilo eu sou”, que não a sabe? Quem não sabe executar os movimentos de Iran Costa neste êxito? É impossível não saber.

Outro grande Hit de infância são e serão sempre os grandiosos Excesso. Carlos, Gonzo, Melão, Duck e João Portugal. A primeira boysband portuguesa que iniciou um projecto musical semelhante ao das boysband internacionais. Em 1997 lançam o êxito Eu Sou Aquele, tendo o disco atingido o nº1 no Top português, e em que o grupo deu centenas e centenas de espectáculos. Eu fui uma das felizardas a vê-los na altura!

Passando agora para territórios internacionais, não há como esquecer os festeiros Vengaboys. O grupo Holandês de Dance-Pop “rebentou” o top internacional com o êxito Boom Boom Boom Boom! e Kiss (When the Sun Don’t Shine). As suas coreografias arrebatadoras e algumas de fazer “cansar” só de olhar, as roupas provocantes de Kim Sasabone, ou as roupas excêntricas de Roy den Burger, faziam as delícias dos mais novos (e até dos mais velhos). Vengaboys era aquele tipo de música escolhida para fazer Step ou um estilo de dança qualquer que soasse divertido.

E por soar a divertido e excêntrico, não esquecer os Cartoons! As cabeleiras em espiral estilo “Elvis ao extremo”, os sapatos com as formas mais esquisitas que se possam imaginar, enfim, uma cornucópia de coisas divertidas e originais (e como o nome indica, com originalidade sem fim à vista).

E poderia continuar a minha lista por aqui abaixo: Netinho, Milénio, Anjos, Aqua, Santamaria… mas seria uma lista infindável, e teria neste momento que saltar da cadeira e dançar ao som de toda esta lista! Não que fosse um problema, mas não fiz aquecimento. Fica para outra oportunidade.

Opinião sobre o que define Dezembro

Durante anos fui pensando no facto de as músicas de natal servirem realmente para ouvir. Durante o ano as músicas de natal "sabem" melhor.
Essas cançõeszitas de natal não me fazem lembrar o natal . «Last Christmas I Give You My Heart» é uma das que consigo ouvir e mas não procuro ouvir. Eram dois gajos a cantar sobre algum tipo de sentimento que tinham pelo natal. E para quem não liga ao natal? que tipo de músicas há? As canções são giras mas não no natal.
Na minha opinião, não existe "tusa" de ouvir músicas relacionadas com o natal. Apenas ouvimos na televisão ou naquele anuncio da Optimus. É como se fossem uma categoria de músicas diferente, outro género musical simplesmente por certas canções terem sons de sinos e miúdos a gritar. O meu ouvido e os meus olhos são capazes de deturpar e marginalizar tanta coisa que este "devaneio" se torna uma das balas perdidas que saiu desse pensamento sobre o natal.
Servem talvez para vender... álbuns que saem no natal são possíveis presentes no sapato que antes era meia.   Capitalismo emerge até na época em que todos decidem pôr o Coro Infantil de Santo Amaro( que durante o ano ensaia o seu típico reportório de natal) e que todos decidem ajudar os artistas da rua do Carmo em Lisboa.
É natal. Neva lá fora, os putos brincam e os velhos aquecem-se. "Vão aos saltos pela casa,descalsos ou em chinelas, procurar as suas prendas tão belas". Sábias palavras de... ainda são pequeninos?








Sonisphere UK novamente cancelado

Ao contrário do que tinha sido avançado anteriormente, a organização do festival recuou com o anúncio que tinha feito sobre o regresso do Sonisphere UK. O evento para 2013 foi cancelado novamente, e pelo segundo ano consecutivo.
O festival foi cancelado este ano pela fraca adesão de venda de bilhetes, pelo motivo de o cartaz não seduzir os festivaleiros, nem mesmo com nomes como Kiss, Faith no More ou Queen + Adam Lambert.
Recentemente, o director do festival, Stuart Galbraith, disse que, em prol da dificuldade financeira que se atravessa, a venda de bilhetes seria lenta, e possivelmente muito mais escassa: "Estamos determinados em regressar a Inglaterra" - mas tal não será ainda em 2013.
Em comunicado, a organizadora do festival, Kilimanjaro, explica: "Achamos importante que um evento só seja executado quando se tem um programa que nos diferencia da concorrência, e que o cartaz faça merecer o preço dos bilhetes, que seja proporcionada boa qualidade de música . Estávamos à espera de fazer isto em 2013, mas infelizmente não foi possível cumprir com esses objectivos".

Abaixo podem encontrar o cartaz deste ano, que acabou por não se realizar.

Jason Newsted revela projecto


O antigo baixista dos Metallica revelou o primeiro teaser do seu novo projecto, Newsted.
Já com a primeira rodada de músicas do projecto Newsted prontas a serem gravadas e editadas, o baixista apresentou o seu primeiro teaser, incitando os fãs a registarem-se no site da banda, para receberem o feed de tudo o relacionado com o projecto.
Poderão registar-se através do site newstedheavymetal.com, para seguir a par e passo este projecto, que promete encher os ouvidos.

Fica abaixo o video publicado por Jason na sua página oficial do Youtube:





Novo álbum dos Editors em 2013


Em entrevista ao Daily Star, o vocalista Tom Smith anunciou que os Editors pretendem lançar um álbum em 2013. Depois de três anos de pausa, nos quais os britânicos se viram confrontados com problemas com o guitarrista Chris Urbanowicz (na foto: segundo a contar da direita), que acabou por deixar a banda, eis que chega o quarto álbum.
Para gravar o sucessor the In this light and on this evening, de 2009, os Editors vão até Nashville para trabalhar com o produtor dos Kings of Leon, Jacquire King. Smith explica que esta decisão tem por base o facto de serem fãs de bandas americanas como os R.E.M. e os Arcade Fire e que é nessa direção que pretendem seguir neste futuro disco. Para Tom Smith, o último trabalho dos Editors foi muito experimental, enquanto este será mais clássico, tanto que poderá ser tocado em concertos acústicos.

Até lá ficamos com «Papillon», single de In this light and on this evening.

Alex D'Alva Teixeira em entrevista


"Um gajo que faz cenas fixes"
Fotografia de Vera Marmelo

É com esta modéstia e talvez ingenuidade que Alex D’Alva Teixeira se descreve. Tem 22 anos, vive na Moita e a sua história dava um filme, não, uma série! “Se pudessem agarrar na história teria de ser contada em forma de websérie daquelas de baixo orçamento”. O talento e a sorte de Alex levaram-no até ao patamar onde está agora: com um single a passar nas rádios, um EP lançado e um álbum a caminho.

Podemos dizer que o Alex tem duas paixões: O design e a música. A primeira foi uma paixão que foi desenvolvendo, enquanto que a segunda sempre fez parte de quem ele é. “Tudo começou quando andava no infantário. Ofereceram-me um gravador de cassetes no Natal e o que eu fazia era inventar músicas, juntando sons que gravava. Ainda tenho essas cassetes.”
Apesar de, na altura, se descrever como irritante foi essa insistência, demonstrada nesses primeiros passos, que o levou a investir na música, sempre muito encorajado pelos seus pais, que achavam muita piada quando o Alex “ia brincar às bandas”.

A brincadeira tornou-se séria quando o Alex começou a lançar as suas músicas na internet e a ver que estas tinham uma visibilidade maior do que a esperada, razão pela qual tem uma forte presença nas redes sociais e valoriza muito este meio para a divulgação do seu trabalho. “No ano passado, no Natal, gravei uma mixtape, que meti online para que todos pudessem fazer o download e isso acabou por chegar a mais pessoas do que o que eu esperava. Acabei por ficar surpreendido com o que fiz.”

Ben Monteiro e Vitor Azevedo tocam com o Alex na banda à qual ele empresta o nome. Conheceram o Alex num festival de bandas que o próprio organizou e na altura pertenciam ambos a bandas das quais ele gostava. Ambos concordam que esta história do Alex como underdog que acaba por vingar não é só sorte nem só talento, mas também vontade de fazer e de “se mexer”. “Eu conheço o Alex porque ele se mexeu, porque ele organizou um festival e convidou a minha banda para lá tocar, o que me fez conhece-lo e, depois de vários processos e contactos, estamos aqui hoje.”, diz Ben Monteiro, realçando a importância desta proatividade que é comum aos três elementos.

Assinou com a FlorCaveira e lançou o EP Não é um projeto, em Junho. “O título do EP é uma piada. Nós fomos tocar à final do Termómetro, no Porto e no dia seguinte tínhamos vários blogs a escrever sobre o projeto Alex D’Alva Teixeira então foi um bocado confuso porque na altura éramos quatro pessoas em cima de um palco e é o meu nome que aparece. Então resolvemos fazer essa piada, o Alex não é um projeto, é uma pessoa, é um rapaz”.

Uma das características que melhor define Alex D’Alva Teixeira, enquanto pessoa, é a sua versatilidade, sendo que consegue ser influenciado por bandas dos mais variados géneros, como Underoath ou Bloc Party, por exemplo. Ben confessa que a música que fazem já começa a ter um bocadinho de todos e que o seu objetivo é ajudar a descobrir o Alex no meio de todas as suas mais variadas influências. Como? Não impondo limites, libertando-se de tudo.“Uma coisa que percebemos rapidamente é que o Alex ouve muita coisa, faz muita coisa e produz muita coisa diferente. Não fazia sentido, de maneira nenhuma, estar a restringir isso”. “Uma das coisas engraçadas quando incorporas a ideia do não estar preso a nada é que te podes divertir muito ao fazer música das mais variadas formas, mudando os estilos das canções”, completa Vitor.

Alex, Vitor e Ben querem ser conhecidos por esta versatilidade e imprevisibilidade. Não falam do disco que vão lançar, apenas dizem que é um disco muito heterogéneo.

Agora que estamos prestes a entrar num novo ano, o Alex faz o balanço do que passou e considera-se sortudo. “Em 2012 aconteceu tudo: é o ano em que sai o EP, em que consegui chegar até mais pessoas e até mesmo o ano no qual a minha familia consegue dar algum crédito aquilo que eu faço.”. Diz que no futuro o seu objetivo é ser criativo e ser distinguido como um artista, não só um músico ou um designer. “Acho interessantes pessoas como o Salvador Dalí, por exemplo. Ele fazia tanta coisa diferente. É certo que é mais conhecido pela pintura, mas fazia tanto”. Confessa que gostava de experimentar ilustração e investir na área audiovisual, embora, de momento, se queira focar ao máximo em evoluir musicalmente. “Eu acho que a minha vida seria incompleta se só pudesse fazer uma coisa.”, conclui.

Designer Precisa-se! #8

Demasiado "XXX"

Numa semana em que a agenda dos festivais de verão aparenta estar a “rechear-se” ninguém se mostra indiferente ao regresso dos Queens Of The Stone Age a Portugal. De facto a banda de Songs for the Death (2002) recebe há já alguns anos o carinho dos “rockers” portugueses e certamente levará alguns milhares de pessoas à Herdade do Cabeço da Flauta, onde pelo quarto ano consecutivo se realiza o festival Super Bock Super Rock.

A popularidade dos “QotSA” é de resto bastante generalizada, visto que a banda natural da Califórnia é uma das responsáveis pelo aperfeiçoar um dos sub-géneros que vieram a marcar o início do novo século. O stoner rock une o melhor do Hard Rock e do Psicadelismo dos velhos “antepassados”, não só porque se assume como uma das vias secundárias da vastíssima e vaga categoria do rock alternativo, mas também por ser uma espécie de revivalismo de bandas como: Blue Cheer ou os Black Sabbath. Ao ouvir a banda de Palm Desert, esta “mescla de géneros” faz ainda mais sentido, visto que o “patrão” da banda, Josh Homme deixou o sol da Califórnia e rumou para Seatle, em 1995, onde veio a fazer parte dos Screaming Trees, uma banda que “arranhava” o grunge.

Josh Homme, na imagem, é o "patrão" dos Queens of the Stone Age.

Na época o vocalista e guitarrista bebeu do que melhor se fazia em Washington e voltou, três anos depois para formar os Queens of the Stone Age. O “pai” da banda norte-americana trouxe com ele Van Conner, baixista de Screaming Trees e Matt Cameron, baterista de Soundgarden. Para finalizar esta formação inicial, mais grunge, juntou-se ainda o guitarrista John McBain.

Mas, e como ainda hoje acontece, os Queens of the Stone Age estão em constante mutação, visto que a banda não consegue manter uma formação fixa durante muito tempo. Prova disso foi a rápida troca de três dos cinco elementos iniciais por outros três velhos conhecidos de Josh Homme. Nick Oliveri, baixista, e Alfredo Hernadez, baterista, partilharam os palcos com o musico nos Kyuss, uma outra banda californiana de stoner, e David Catching, com o qual a banda já tinha trabalhado em estúdio.

Estávamos então em 1998 e os QotSA preparavam-se para lançar uma das suas primeiras obras-primas. O álbum homónimo marca não só o começo de uma carreira muito respeitada, como também o importante vinculo com Stone Gossard. Na época o guitarrista de Pearl Jam, foi o responsável pelo lançamento disco através da sua LoosegrooveQueens of the Stone Age consegue a proeza de reunir a generosidade rímica do hard rock, o negrume lamacento do grunge e ainda o melhor que os Kyuss deixaram, principalmente quanto ao peso dos riffs e à melancolia da voz. É certo que Josh Homme não deve ter gostado da comparação feita com a sua anterior banda e por isso algum tempo depois do lançamento do álbum desvalorizou as parecenças e chamou-lhe “robot rock”.

Queens of the Stone Age marca o começo de uma carreira com 15 anos.

“Beliscados” ou não, Josh e "companhia" deviam ter dado algum do seu tempo à escolha da capa uma capa. Não que a imagem feminina não seja uma boa forma de mostrar o lado mais sensual de um álbum, mas o facto é que ao olhar para esta capa não me salta à vista essa sensualidade. Afinal de contas as mãos da modelo são másculas. A cor da fotografia também não é a melhor e saltam à vista pormenores, muito pouco ortodoxos na roupa interior que fazem desta imagem algo digno de uma capa de um filme para maiores de 18 anos. Já para não falar que esse filme seria, com certeza, classe B, visto que o lettering e cor escolhidos para o nome da banda também não são os melhores, lembrando até a ferramenta Wordart que alguns editores de texto possuem. No fundo esta até pode ser a capa mais razoável que a rubrica apresentou até hoje, mas não deixa de ser a pior que a banda tem e de possuir elementos que acabam por prejudica-la ainda mais.

Falsas sensualidades à parte, o álbum reune temas com grande importância para o percurso dos californianos. «If Only», «Avon», « Hispanic Impressions» ou «You Can’t Quit Me Baby», podiam muito bem figurar uma qualquer coletânea  mais completa, da banda. Mas, e apesar de não terem sido single em 98, «Mexicola» e «Regular John» são sem dúvida os temas chave deste disco. Esta "atribuição" deve-se não só pela forma como, ainda hoje, são apelados pelo público, ao vivo, como pela intensidade quase insana que oferecem através de um baixo “sujo” e corpulento que vai sendo “rasgado” por histéricas linhas de guitarra e marcantes breaks de bateria.

Olhando para trás, e mesmo ouvindo todos os cinco álbuns da banda,claramente influenciados por este registo, Queens of the Stone Age não parece mesmo ser um álbum com 14 anos. O que por um lado pode significar que o tempo passa sem que dêmos por ele, mas por outro porque talvez o stoner destas "malhas" mantenha-se, até hoje, “intocável” e intemporal. Quanto ao tempo nada pode ser feito, mas se a música é ou não intemporal cabe aos próprios Queens of the Stone Age, como embaixadores deste género tão "seu", continuar a defendê-la, não só no concerto de 20 de Julho, para jubilo dos fãs portugueses, mas principalmente no seu sexto álbum de originais, com lançamento marcado para 2013.

Relembre aqui os temas«Mexicola» e «Regular John», tocados ao vivo:




Crítica ao álbum La Futura dos ZZ Top

ZZ Top
La Futura
American Recordings/Universal Republic
4/5


La Futura é o 15º álbum dos norte-americanos ZZ TOP e apresenta-se como uma viagem aos anos 60 e ao revivalismo de bandas como The Rolling Stones e The Animals, com alguma da sujidade das guitarras da altura a ser evidenciada. Ao longo dos dez temas que compõem esta obra é possível extrair o groove de artistas como BB King e alguma da sonoridade dos solos de Stevie Ray Vaughan. A cadência do blues-rock vem destacada em temas como «Heartache In Blue» e «Over You», esta última a deixar a cru o peso e a tristeza que integram a identidade do blues. A voz, por sua vez, vai buscar inspiração a Howlin' Wolf e ao seu estilo abrasivo. «Flyin' High'» é excepção à regra neste álbum, aparecendo um pouco perdida, retirando-nos deste sonho azul e transportando-nos momentaneamente para o hard-rock dos anos 70, para depois nos voltar a deitar confortáveis no leito do blues-rock até ao final do álbum. 

Nova música dos Alice in Chains revelada


Depois do guitarrista/vocalista Jerry Cantrell ter recuperado da intervenção cirúrgica ao ombro, os Alice in Chains encontram-se a postos para regressar ao trabalho em torno do seu novo registo, ainda sem nome. Do pouco que adiantaram sobre o seu novo disco, a banda de grunge dos anos 90 revelou uma das suas novas músicas intitulada «Hollow».



«Hollow» vem acompanhado de um vídeo com as letras da música e com uma compilação de fotos do Instagram tiradas pelos fãs da banda. Recentemente, o grupo pediu aos fãs que tirassem fotografias que ilustrassem as frases da letra da melhor forma, os mesmos aceitaram o desafio e, depois de compiladas as fotos, a banda surgiu, então, com o produto final.   

Ouve a nova canção de Alice in Chains aqui:






Queens of the Stone Age no SBSR 2013

Os fãs pediram, e a organização do festival cedeu: Queens of the Stone Age no 19º Super Bock Super Rock.
A banda passará pelo evento no dia 20 de Julho, juntando-se assim aos Artic Monkeys.
Na bagagem os Queens trazem o álbum sucessor de Era Vulgaris, no qual conta com a participação de Trent Reznor e Dave Grohl (como já havia sido anunciado numa publicação anterior).

Os passes para o SBSR estão à venda nos locais habituais, e custam até 31 de Janeiro 80€. Posto esta data, 90€ o passe, e 48€ o bilhete diário. O SBSR volta à Herdade do Cabeço da Flauta (Meco) de 18 a 20 de Julho de 2013.
Foto: Facebook Super Bock Super Rock

Lostprophets: Ian Watkins acusado de crimes sexuais com menores

Foto: englishrockmelody.wordpress.com
O cantor foi acusado de conspiração, por se ver envolvido em actividades sexuais com mulheres menores de 13 anos, por ter em sua posse imagens indecentes das mesmas, adianta a BBC News.
Duas mulheres com idades compreendidas entre os 20 e os 24 foram acusadas de crimes semelhantes, tendo estas três pessoas sido interrogadas na esquadra da policia de Cardiff Bay, Pais de Gales.

Um porta-voz da polícia comunicou: "Um homem de Pontypridd foi acusado de crime sexual contra crianças, e deverá comparecer no tribunal de Cardiff. A fim de auxiliar na investigação, a policia de South Wales declarou ser Ian Watkins, um membro da banda de rock Lostprophets".

A policia pediu ainda que, em caso de qualquer dúvida sobre a corrente investigação, poderão entrar em contacto. "Foi criada uma linha de telefone própria, com especialistas treinados e disponíveis para falar com essas pessoas que ligarem. Qualquer dúvida ou informação, deverão ligar (...) Salvaguardar crianças envolvidas neste tipo de casos é sempre uma prioridade, e as medidas estão a ser tomadas", são as palavras  do inspector Peter Doyle.

Crítica Disco ZZ Top: La Futura

ZZ Top
La Futura
American
3/5
 
Após uma longa pausa, ZZ Top voltam com garra e determinação, para demonstrar que nunca serão considerados uma banda mediocre. Uma voz que lembra a rouquidão de Lemmy e umas guitarras e solos brilhantes que remetem para tantos dos momentos que faziam a glória do mítico 2001. É de fazer inveja a muitas bandas que, por mais que tentem, nunca chegam a alcançar este patamar. Faixa após faixa, reforça-se a sensação de que nos está a ser dada uma aula, dos acordes mais subtis aos riffs mais elaborados. Em “Flyin’ High” a voz rouca de Gibbons some-se e dá lugar a uma voz profunda e solta. Mas nada como voltar à original “rouquidão” em “It’s Too Easy Mañana”. Noto particularmente neste tema uma “pitada” de semelhanças com a versão dos Metallica para o original de Bob Seger “Turn the Page”.

Crítica de Disco: La Futura - ZZ Top


ZZ Top
La Futura
American 2012
Nota: 4/5


Em plena época natalícia, La Futura é uma prenda para os fãs dos ZZ Top, principalmente porque interrompe um longo silêncio, após quase dez anos de “descanso”. Velhos são os trapos e os três músicos sexagenários continuam a apresentar o arrojo de outros tempos. Apesar de alguns momentos menos interessantes, destaque para os riffs poderosos dos primeiros dois temas,  “I Gotsta Get Paid” e “Charteuse” e, já a meio do álbum, “Heartache In Blue”, que reforça a ligação, dos naturais do Texas com o blues, através dos solos partilhados entre guitarra e harmónica. Uma lição para os novos “putos” do rock que certamente vão tirar notas deste álbum e tentar seguir o swing e a mestria das execuções de “Consumption” e “I Don’t Wanna Lose, Lose, You” sem perda de intensidade através de “Over You” ou “It’s Too Esy Mañana”.

Crítica de Disco: La Fortuna dos ZZ Top


ZZ Top
La Futura
American Recordings
4/5

As barbas voltaram, maiores do que nunca.

Este álbum é o passado autêntico dos ZZ Top, sem esquecer a tecnologia de que agora dispõem. Não são audíveis grandes diferenças comparativamente com os seus outros projectos, mas isso não é necessariamente uma coisa má. As guitarradas de Billy Gibbons, em conjunto com a sua voz algo monótona, a bateria persistente de Frank  Beard (que, ironicamente, é o único que se apresenta sem barba) e o baixo de Dusty Hill casam-se perfeitamente neste álbum. 

Apesar dos "desvios" dos anos 80, ninguém espera deles algo puramente eletrónico - apesar "Gotsta Get Paid" ser uma versão de um tema de DJ DMD - ou intrinsecamente soul. Encontraram o seu caminho há muito e, se há algo que este álbum revela, é que têm de facto muita alma - só que virada para um rock que há 9 anos não se fazia ouvir.  Os ZZ Top merecem, de facto, "get paid".

Crítica de Disco: ZZ Top, La Futura


ZZ Top
La Futura (2012)
American Recordings
4/5


Podemos dizer que a consolidação de uma banda passa por várias fases. A fase inicial, na qual tem de lançar-se, a fase experimental, de testar novos sons, e a fase final, de regressar às suas origens e provar a sua identidade. É nesta última que encontramos os ZZ Top e o seu La Futura, o 15º álbum de estúdio do trio do Texas. Nove anos separam este álbum do seu antecessor Mescalero, o último gravado com a RCA Records, aquela que foi a editora da banda durante 10 anos. 
A quebra do vínculo deu aos ZZ Top a liberdade de fazer o que sabem melhor, música rock com muita guitarra, voz rouca e um tempero do sul. Faixas como «Chantreuse» e «Heartache in Blue» ilustram bem isto. 
La Futura junta o passado e o presente dos ZZ Top num conjunto de músicas que não resistimos a acompanhar batendo o pé no chão.

Dave Grohl nega reunião de Nirvana

O vocalista dos Foo Fighters, e ex-baterista de Nirvana, negou que existissem planos para uma reunião com os outros membros de Nirvana.

A especulação  surge após Dave ter colaborado recentemente com os seus ex-companheiros Kirst Novoselic e Pat Smear. Mas o porta-voz de Dave Grohl veio prontamente desmentir o sucedido, frisando ser "um disparate" e que não haverá qualquer reunião de Nirvana, e muito menos uma Tour.

Fotogaleria: Foo Fighters